quinta-feira, 24 de novembro de 2011

UM NOVO DIA PARA JAIRO


"Por que, às vezes, as orações demoram a ser respondidas? Por que, em algumas circunstâncias da vida, Deus parece insensível às nossas necessidades? Existe algo que precisamos aprender por trás das longas horas de espera e da aparente indiferença de Deus?

"Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para Ele grande multidão; e Ele estava junto do mar. Eis que se chega a Ele um dos principais da sinagoga, por nome Jairo,e,vendo-o, prostra-se aos seus pés, e insistentemente lhe suplica: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e viverá. E Jesus foi com ele. Grande multidão o seguia,comprimindo-o... Falava ele ainda quando, chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre? Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente" (Marcos 5:21 a 24 e 35, 36).





Esse texto apresenta Jairo, chefe da Sinagoga. Homem culto, poderoso e com muitos títulos universitários. Jairo era um profissional inteligente, famoso, admirado e rico.

Aparentemente tinha tudo que o homem precisa para ser feliz. Qualquer um que olhasse Jairo andando na rua, pensaria que ele era muito feliz. Roupas finas, carro do ano, uma casa no melhor bairro da cidade, um bom emprego, uma empresa próspera, uma boa família. respeito, consideração, nome. Jairo era o protótipo do homem de sucesso. Mas Jairo não era feliz. Havia algo que o incomodava e machucava seu coração.

Nossa sociedade nos ensinou a esconder nossos verdadeiros sentimentos. Podemos estar vivendo um drama terrível, mas não temos coragem de contá-lo a ninguém.

Outro dia, um irmão, ainda jovem, ao término do culto, me procurou e disse:

- Irmão Jordan, estou condenado à morte, carrego em meu sangue o vírus da AIDS; vou morrer e não tenho coragem de contar para ninguém; não falei sequer para a minha família.

E eu perguntei:

- Por que? Sua família vai apoiá-lo, vai ficar do seu lado.

E ele disse:

- Não, Jordan. Tenho medo que todo mundo me rejeite, tenho medo de ficar sozinho, de morrer abandonado, largado à sorte. Não tenho coragem de contar para ninguém.

Ah, meu amigo, esta sociedade cheia de preconceitos nos ensina a esconder nossos verdadeiros sentimentos.

Aqui, no Brasil, temos uma maneira interessante de nos cumprimentar. Saímos para a rua carregando nossos problemas e quando alguém nos pergunta:

- Tudo bem?

Respondemos sem pensar:

- Tudo bom!

Nada está bom. Estamos desempregados; nosso lar está caindo aos pedaços; nossa empresa está falindo; nosso filho está mergulhado na promiscuidade, nas drogas... Mas quando alguém nos pergunta:

- Tudo bem?

Levantamos a mão e respondemos:

- Tudo bom!

Se Jairo tivesse vivido no Brasil, e se lhe perguntássemos:

- Jairo, tudo bem?

Ele responderia:

- Tudo bom!

Mas ele tinha um problema terrível. Por trás das roupas finas, da aparência bonita, do nome poderoso, do dinheiro e da sua mansão, Jairo trazia um problema: uma filha enferma.

Como ele tinha dinheiro, ele havia procurado os melhores médicos, os melhores especialistas, os melhores hospitais; até que um dia um médico disse:

- Jairo, por favor, não gaste mais dinheiro. A sua filha não tem mais cura; está condenada à morte. Ela tem somente dois meses de vida.

Se hoje um médico viesse a mim e dissesse:

- Sua mãe está condenada à morte.

Eu ficaria muito triste, mas com certeza, me conformaria. Porque, afinal de contas, a minha mãe, com quase 100 anos, já viveu tudo que tinha direito de viver. Mas, supomos que eu tivesse um filho, ainda novo, e se esta noite um médico viesse, e me dissesse:

- Jordan, esse seu garoto bonito de 18 anos só viverá mais 2 meses.

Sinceramente não sei se aceitaria com a mesma resignação.

Você perdeu um filho que tinha apenas 15 anos? Perdeu a sua esposa? Perdeu seu marido? Você tem um ente querido à beira da morte? Um ente querido que está no hospital desenganado pela ciência médica? Então você talvez possa compreender como Jairo se sentia.

Meu amigo, eu não posso entender o seu problema. Por mais que eu me esforce em fazê-lo, não posso. Somente Deus pode entendê-lo.

O famoso chefe da sinagoga voltou triste para casa. Sua filha não tinha mais cura. Mas, naqueles dias Jesus andava por aquelas terras e Jairo ouviu dizer que leprosos, com a carne caindo aos pedaços, eram levados a Jesus e eram curados. Cegos eram levados a Jesus e eles enxergavam. Paralíticos, que tinham vivido a vida toda rastejando no chão, eram levados a Jesus e imediatamente começavam a andar. Prostitutas eram levadas a Jesus; Ele as olhava com amor, lhes restaurava e lhes devolvia a dignidade. Ladrões, marginais, eram levados a Jesus; Ele acreditava neles e os transformava.

Jairo, em seu coração começou a acalentar a esperança: "talvez Jesus consiga fazer alguma coisa por minha filha". Só que Jairo tinha um problema. Sabe qual era? Ele era culto, inteligente, rico, poderoso e famoso. Você pode dizer:

- Ah, mas isso não é problema.

Não deveria ser, mas infelizmente tudo isso às vezes torna-se um problema. Explico: Jairo precisava que Jesus operasse um milagre na vida de sua filha, mas não podia correr atrás de Jesus. Sabe por quê? Os que seguiam a Jesus eram prostitutas, marginais, ladrões, cegos, paralíticos, leprosos, bêbados, viciados, homossexuais, gente perdida, gente que não prestava, gente rejeitada pela sociedade, gente pobre, miserável, inculta, gente que só podia ter nesta vida um pouco de esperança. Eram esses os que corriam atrás de Jesus. Como ele, o grande Jairo, o doutor em teologia, o grande empresário, o líder político e religioso, famoso, cujo nome aparecia nas manchetes dos jornais, rico, inteligente, podia se juntar com a plebe, procurando ajuda?

Ah! meu amigo, esse também pode ser o problema de muita gente hoje. Tudo bem que pessoas simples procurem Jesus, mas um doutor em filosofia? Que a plebe siga a Jesus, tudo bem, mas como um homem rico e poderoso pode acreditar que Jesus seja capaz de fazer um milagre em sua vida? Esta é a tragédia do poder e do dinheiro.

Existem hoje homens vazios, que choram e sangram por dentro, mas não têm coragem de pedir ajuda. Ficam noites inteiras se virando na cama de um lado para outro sem dormir. Precisam de Jesus como qualquer pobre ser humano, mas temem o que os outros vão dizer.

Um dia, você e eu teremos que tirar a máscara de homens duros, que nunca choram, que nunca se emocionam, que só seguem a razão.

Você se considera um homem duro? "Não sinto nada", pode estar pensando, mas lá no fundo está sentindo; as lágrimas estão querendo cair de seus olhos, mas nossa sociedade nos ensinou a colocar uma máscara de dureza, de insensibilidade. Queremos mostrar que somos fortes para que ninguém nos machuque. Só que por dentro vivemos machucados. Precisamos de auxílio, de ajuda, de salvação, mas não temos coragem de pedir ajuda.

Pobre Jairo, enquanto pôde, resistiu; enquanto as forças conseguiram, rejeitou. Mas no momento em que sua filhinha começou a entrar em coma, ele não aguentou mais e deixou de lado o seu orgulho, seu poder, sua fama e sua cultura. Sua filha estava morrendo. Não podia mais ficar na insensibilidade; tinha que entregar-se; tinha que render-se; tinha que se humilhar aos pés do único capaz de resolver os problemas humanos. O texto bíblico diz: "E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda, rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva" (Marcos 5:23).

Você pode pensar: "Que grande momento para Jairo! Finalmente reconheceu que precisava da ajuda de Jesus". É verdade. Ele reconheceu que precisava da ajuda de Jesus, mas ainda tinha outro problema. Ele era chefe da Sinagoga e gostava de mandar em todo mundo; pensava que os líderes tinham que mandar.

Medite comigo na atitude de Jairo. Ele caiu aos pés de Jesus, e não disse:

-Senhor, minha filhinha está morrendo. Por favor, ajuda-me. Tu que és Deus sabes o que é melhor para mim. Aqui estou rendido aos Teus pés. Esta seria a atitude correta de um cristão. Mas Jairo caiu de joelhos diante de Jesus e tentou dizer a Ele como é que deveria agir. Ele disse isso, através de atos e não de palavras:

- Senhor, preciso da Tua ajuda. Mas, como sou líder, sei como é que as coisas devem ser. Você agora vai se levantar, vai vir comigo, entrará no quarto da minha filha, colocará a mão sobre a cabeçinha dela e minha filha será curada.

Você viu? Um líder humano habituado a liderar todo mundo, queria liderar até Jesus.

Nós também fazemos a mesma coisa hoje. Precisamos desesperadamente de Jesus mas não temos humildade suficiente para aceitar o plano dEle para nossa vida. Na Bíblia está escrito que devemos fazer tudo o que Jesus quer; mas veja o que fazemos: vamos às Sagradas Escrituras e dizemos assim: "Aqui diz branco, e realmente está escrito branco. Mas não é branco, é azul. Aqui diz vermelho, mas vermelho foi no velho testamento, hoje não é mais vermelho, é verde".

Você já pensou alguma vez por que com uma só Bíblia existem tantas igrejas? Quer saber por quê? Porque continuamos fazendo o que Jairo fez; nos ajoelhamos para abrir a Palavra de Deus, mas não queremos obedecê-la. Queremos dirigir a Deus. Não queremos dizer: "Senhor, leva-me por onde Tu sabes que é o melhor caminho para mim."Não fazemos isso. Agarramos a Bíblia, lemos o que está escrito e imediatamente queremos corrigir. "Sim, está escrito, mas não é assim não, é desta outra maneira. Está escrito, mas isso foi antigamente para Israel, hoje, para nós não é desse jeito". É por isso que cada dia aparecem novas igrejas. Nós, os seres humanos, não queremos obedecer o que está escrito. Mas, se a Bíblia diz que é de dia, então é de dia, não é de noite. Não é o que a igreja diz, não é o que o pastor diz. É o que está escrito na Bíblia.

Por que somos assim? Pedimos ajuda de Deus, nos ajoelhamos diante dEle, mas queremos que Ele faça as coisas como nós queremos e não como Ele acha que é melhor.

Jesus podia olhar para Jairo e dizer:

- Vai embora daqui. Quem você acha que é? Só porque você se ajoelhou pensa que pode mandar em mim?

Só que Jesus não faz isso. Jesus tentou ajudar a Jairo e vai tentar ajudar-nos também. Mas olhe a maneira como Ele faz as coisas: foi com Jairo, sem discutir. Imagino que Jairo estava com pressa. Quando saiu da casa sua filhinha tinha entrado em coma. Mas Jesus parecia não ter pressa. Enquanto andava, atendia as necessidades dos que encontrava em seu caminho. Jairo não podia entender e começava a ficar desesperado:

- Senhor, Tu não entendes meu problema, todas essas pessoas podem esperar, mas a minha filha está morrendo.

Você acha que Jesus não entendia o problema de Jairo? Claro que entendia. Não há nada que você possa ter em sua vida que Jesus não compreenda. Não há nenhum problema que você possa estar vivendo que Jesus não conheça. Quando Ele demora a responder sua oração, é porque Ele está querendo ensinar alguma outra lição. Jairo tinha que aprender que o homem não pode dirigir a Deus. Tinha que aprender que o homem tem que colocar sua vida nas mãos de Deus, e ser dirigido por Ele. Foi por isso que Jesus demorou e enquanto isso a filha de Jairo morreu.

Então chegaram os servos da casa de Jairo dizendo:

- Jairo não molestes mais o Mestre, a tua filha já morreu.

Foi aí que Jairo se entregou. Aquele homem que estava querendo dirigir a Deus; que estava querendo dizer a Deus como é que as coisas tinham que ser; aquele homem orgulhoso que não estava disposto a seguir humildemente o que a palavra de Deus diz, quando lhe disseram que a filha morreu, aquele homem se entregou, se rendeu, se abandonou. E só então, quando ele parou de querer mandar, Jesus se aproximou dele e disse:

- Jairo, vamos para casa.

E eu imagino que Jairo com lágrimas nos olhos disse:

- Senhor Jesus, agora não, não preciso mais de ti. Quando eu te pedi, Tu não quiseste ouvir a minha voz, agora não, agora não quero mais. Minha filha já morreu.

E Jesus hoje talvez diria:

- Filho, agora é que eu posso fazer alguma coisa por você. Enquanto você estava abrindo a Minha Palavra e querendo corrigi-la, Eu não podia fazer nada por você. Mas agora que você abre a Bíblia e é suficientemente humilde para seguir o que está escrito, agora sim, posso fazer algo por você.

Veja meu amigo, até aquele momento era Jairo que estava tomando Jesus pela mão e querendo levá-lo. A partir desse momento foi Jesus que tomou Jairo pela mão, e o levou por onde Jesus quis.

Isto é cristianismo. Cristianismo não é tomar Jesus e levar Jesus por onde a gente quer, cristianismo não é acomodar a Bíblia a nossa maneira de pensar. Cristianismo é acomodar a nossa vida e a nossa maneira de pensar ao que está escrito na Bíblia. Esta é, talvez, a maior lição que o cristão tem que aprender, e se para isto Deus tiver que demorar sua resposta aos nossos clamores, Ele o fará. Se para aprender esta grande lição, tivermos que chorar, não é problema, Deus vai permitir que choremos; se tivermos que falir em nossos negócios, não é problema, Ele vai permitir que cheguemos lá no fundo do poço, a fim de que lá, nos lembremos que o cristianismo não é dirigir a Deus, mas ser dirigido por Ele.

Jairo aprendeu a lição com dor, mas que grande dia foi aquele! Ele saiu de casa procurando uma cura, Jesus demorou um pouco, mas tinha para ele uma ressurreição. O que Deus tem para nós sempre é maior do que estamos pedindo.

Está você esperando um favor de Deus e tem a impressão de que Deus está demorando? Sabe por quê? Talvez porque você ainda tenha que aprender a grande lição da vida. E sabe por que mais? Porque Deus tem preparado para você algo maior.

Meu amigo, Jesus entrou na casa de Jairo, e onde Jesus entra, entra o poder e a vitória. Jesus é Deus todo poderoso, e não há nada que Deus não possa fazer. Ao lado de Jesus não há lugar para o temor. A morte não tem poder diante dEle, a enfermidade não pode prevalecer, os vícios, as drogas, a miséria desta vida não têm forças diante dEle. Jesus é o gigante da história. Glória a Deus!!!!

Quer você abrir seu coração a Deus neste momento? Quer fazê-lo com humildade disposto a seguir o plano divino, apesar dele não combinar com o que você gostaria que fosse? Você está disposto a obedecê-Lo? Está disposto a abrir Sua Palavra e obedecê-la sem tentar colocar suas opiniões humanas? Sente-se só e precisa do companheirismo de Jesus? Tem medo do futuro e precisa que Jesus o ajude a enfrentar a vida sem temor? Está seu lar morrendo como estava a filha de Jairo? Então, por favor, esta é a sua oportunidade. Abra seu coração. Deixe Jesus entrar e tudo ressuscitará, porque Ele é a ressurreição e a vida.


ORAÇÃO:
Querido Pai que estás nos Céus, estou sentindo o toque maravilhoso de Teu santo Espírito. Por favor, responde o clamor silencioso de meu coração. Quero sentir o amor, a misericórdia e o perdão que Jesus oferece. Em Seu nome pedimos, amém.


Jordan William Albuquerque da Silva. =]

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Jumento ou Instrumento?

“Depois destas coisas, Jesus foi adiante, subindo para Jerusalém. Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, no monte chamado das Oliveira, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: ‘Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém lhes perguntar: ‘Por que o estão desamarrando’ digam-lhe: O Senhor precisa dele’. Os que tinham sido enviados foram e encontraram o animal exatamente como ele lhes tinha dito.”Evangelho de São Lucas, capítulo 19, versos 28-32.

Que relevância espiritual pode ter um jumento? Uma vaca ao menos seria adorada na Índia, mas um jumento? No entanto, o asno escolhido por Jesus teve uma relevância excepcional. Sua função: servir de instrumento de revelação da messianidade de Jesus. Durante quase todo seu ministério, Jesus identificou-se como o Messias esperado de Israel, mas sem estardalhaço. Quando, por fim, decidiu revelar-se abertamente, precisou de um jumento. A partir do texto acima podemos aprender muito sobre o modo de Jesus escolher e usar seus instrumentos.




A primeira lição que aprendo nesse texto é sobre a localização do jumentinho que Jesus queria para servir-lhe de montaria. O jumentinho estava, segundo o próprio Cristo, “amarrado”, bem na “entrada” de um “povoado” próximo.  Isso me chamou a atenção: amarrado na entrada de um povoado. O texto também diz que tratava-se de um jumentinho “no qual ninguém jamais havia montado”. Se tivesse sentimentos o jumentinho sofreria com seu estado: amarrado e inútil até aquele momento. Você já se sentiu assim: amarrado? Inútil? Muitas vezes nos sentimos “às portas” de algo grande, nos sentimos próximos de uma grande realização pessoal. E acho que todos já enfrentamos aquela frustração de estarmos quase entrando, quase realizando, vendo as portas já abertas e de repente: não conseguimos avançar. Como num sonho ruim, nossas pernas parecem presas. Ficamos “amarrados às portas”, “presos na entrada”. Do mesmo jeito que aquele burrinho. Se você se sente ou já se sentiu assim, há algo com que se consolar: aquele jumentinho não estava preso, estava reservado. Havia um propósito para ele, havia Alguém especialmente interessado nele, Alguém que havia dado recomendações expressas de que ele deveria estar amarrado exatamente naquele local. 
Jumentos eram animais comuns de carga e transporte na Palestina. Jesus precisava de um para entrar na cidade de Jerusalém a fim de comemorar sua última Páscoa com seus discípulos. Um jumento comum serviria para tal fim. Um jumento qualquer, certo? Errado. O texto mostra que Jesus faz questão de explicitar a que animal se referia. Jesus recomenda a dois de seus discípulos que busquem um jumento em especial. Não o primeiro que encontrassem, não o mais forte, o mais robusto; não o mais belo. Mas um em especial: um previamente escolhido. Sinceramente não sei qual diferença de um “jumentinho amarrado, na entrada da cidade, no qual ninguém jamais montara” para outro qualquer. Entretanto, algo fica claro aqui: os instrumentos de Jesus são escolhidos por Jesus.  Ainda que não saibamos as razões de Cristo, sabemos que Ele não usa instrumentos aleatoriamente. Seus instrumentos, mesmo os mais simples como um animal de carga, ou Seus instrumentos “humanos” como eu e você não são casuais ou acidentais. São escolhidos. E são reservados até o momento oportuno. Até o momento de serem usados.
Jesus incluiu um burro nos seus planos! O texto bíblico acima deixa claro também que Cristo tinha um burrinho em particular reservado, guardado especificamente em uma localidade. A conclusão é simples: Jesus já estivera naquele lugar anteriormente. Já havia provavelmente entrado em entendimentos com o proprietário do jumentinho, pagando-lhe ou pedindo-lhe por empréstimo o animal.Os instrumentos de Jesus fazem parte de um plano. O pequeno asno amarrado na entrada daquele povoado estava para tomar parte no cumprimento de uma profecia milenar acerca do Messias: “Exulta ó filha de Jerusalém. Vê! O teu rei virá a ti justo e Salvador, humilde, montado em um jumento, num jumentinho, filho de jumenta” (Zacarias 9.9).  Mas ele, burro que era, não sabia disso.  Os instrumentos de Jesus muitas vezes ignoram sua condição de escolhidos. Essa pode bem ser a sua situação agora. Você pode ser um “escolhido”, mas o que você vê são seus amigos sendo usados primeiro, os outros ‘jumentinhos’ trabalhando, produzindo, sendo úteis. Enquanto você permanece inexplicavelmente amarrado e inútil. Escondido em um povoado, um lugar qualquer esquecido no meio do nada. Como imaginar que alguém pudesse estar “de olho em você” há tanto tempo? Isso aconteceu comigo pessoal! 
Reis andam à cavalo, camelo, em belas carruagens ou até em elefantes. Os instrumentos de Jesus são desacreditados – um jumento não seria (em todo reino animal) o primeiro animal numa lista de montarias para pessoas importantes. Imagine o quadro 'O Grito do Ipiranga', com D.Pedro bradando a Independência montado num jumento. Ou o He-man andando de jerico ao invés de no Gato Guerreiro.
Pra encerrar essa pequena reflexão quero lembrar aqui o que comentei a pouco no Facebook, quando em uma noite dessas, eu lendo essa passagem na Bíblia me veio a seguinte indagação:
Muitas pessoas hoje em dia trocam o andar de Jumentinho e querem logo andar de CAVALO, mais aí aprendemos essa grande lição com Jesus. Nós vemos lá no livro de Apocalipse Capitulo 19 e Versículo 11 que Jesus virá em um CAVALO BRANCO, mais antes de andar no CAVALO BRANCO, andou de JUMENTINHO. 
Muita gente quer evitar o jumentinho porque seu lombo é áspero e desconfortável. Entretanto, o que essas pessoas não sabem é que o jumentinho é, na verdade, uma preparação para cavalgar majestoso no cavalo branco. Se não montarmos o jumentinho, não passaremos nem 5 minutos no cavalo.
Por fim, os instrumentos de Jesus compartilham da glória e da exaltação de Jesus – o jumentinho, a despeito de sua inércia inicial e de sua aparente insignificância, tornou-se um instrumento de revelação ao ser usado por Jesus. Um “jumento, filho de jumenta”. Esse é o título dado pelo profeta Zacarias, um título que mais parece um xingamento. Mas esse animal foi o que entrou em Jerusalém carregando o Messias, foi o jumento que andou sobre o tapete verde de folhas de palmeira que eram lançadas pela multidão que gritava “Hosana” ao Filho de Deus.
Esse padrão “jeguerê” (#ExisteIsso?...rs) de Jesus ainda é o utilizado por Ele na escolha de seus instrumentos: pessoas que talvez se sintam presas e inúteis, escondidas e aparentemente esquecidas. Porém, parte de um plano cósmico e ancestral. Selecionadas para ser instrumento da revelação do Cristo e que vão palmilhar os mesmos caminhos do Messias e vão tomar parte na Sua Glória Final.

"Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele." (I Coríntios 1.27-29)


Eita Deus TREMENDO!!!