sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Jumento ou Instrumento?

“Depois destas coisas, Jesus foi adiante, subindo para Jerusalém. Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, no monte chamado das Oliveira, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: ‘Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém lhes perguntar: ‘Por que o estão desamarrando’ digam-lhe: O Senhor precisa dele’. Os que tinham sido enviados foram e encontraram o animal exatamente como ele lhes tinha dito.”Evangelho de São Lucas, capítulo 19, versos 28-32.

Que relevância espiritual pode ter um jumento? Uma vaca ao menos seria adorada na Índia, mas um jumento? No entanto, o asno escolhido por Jesus teve uma relevância excepcional. Sua função: servir de instrumento de revelação da messianidade de Jesus. Durante quase todo seu ministério, Jesus identificou-se como o Messias esperado de Israel, mas sem estardalhaço. Quando, por fim, decidiu revelar-se abertamente, precisou de um jumento. A partir do texto acima podemos aprender muito sobre o modo de Jesus escolher e usar seus instrumentos.




A primeira lição que aprendo nesse texto é sobre a localização do jumentinho que Jesus queria para servir-lhe de montaria. O jumentinho estava, segundo o próprio Cristo, “amarrado”, bem na “entrada” de um “povoado” próximo.  Isso me chamou a atenção: amarrado na entrada de um povoado. O texto também diz que tratava-se de um jumentinho “no qual ninguém jamais havia montado”. Se tivesse sentimentos o jumentinho sofreria com seu estado: amarrado e inútil até aquele momento. Você já se sentiu assim: amarrado? Inútil? Muitas vezes nos sentimos “às portas” de algo grande, nos sentimos próximos de uma grande realização pessoal. E acho que todos já enfrentamos aquela frustração de estarmos quase entrando, quase realizando, vendo as portas já abertas e de repente: não conseguimos avançar. Como num sonho ruim, nossas pernas parecem presas. Ficamos “amarrados às portas”, “presos na entrada”. Do mesmo jeito que aquele burrinho. Se você se sente ou já se sentiu assim, há algo com que se consolar: aquele jumentinho não estava preso, estava reservado. Havia um propósito para ele, havia Alguém especialmente interessado nele, Alguém que havia dado recomendações expressas de que ele deveria estar amarrado exatamente naquele local. 
Jumentos eram animais comuns de carga e transporte na Palestina. Jesus precisava de um para entrar na cidade de Jerusalém a fim de comemorar sua última Páscoa com seus discípulos. Um jumento comum serviria para tal fim. Um jumento qualquer, certo? Errado. O texto mostra que Jesus faz questão de explicitar a que animal se referia. Jesus recomenda a dois de seus discípulos que busquem um jumento em especial. Não o primeiro que encontrassem, não o mais forte, o mais robusto; não o mais belo. Mas um em especial: um previamente escolhido. Sinceramente não sei qual diferença de um “jumentinho amarrado, na entrada da cidade, no qual ninguém jamais montara” para outro qualquer. Entretanto, algo fica claro aqui: os instrumentos de Jesus são escolhidos por Jesus.  Ainda que não saibamos as razões de Cristo, sabemos que Ele não usa instrumentos aleatoriamente. Seus instrumentos, mesmo os mais simples como um animal de carga, ou Seus instrumentos “humanos” como eu e você não são casuais ou acidentais. São escolhidos. E são reservados até o momento oportuno. Até o momento de serem usados.
Jesus incluiu um burro nos seus planos! O texto bíblico acima deixa claro também que Cristo tinha um burrinho em particular reservado, guardado especificamente em uma localidade. A conclusão é simples: Jesus já estivera naquele lugar anteriormente. Já havia provavelmente entrado em entendimentos com o proprietário do jumentinho, pagando-lhe ou pedindo-lhe por empréstimo o animal.Os instrumentos de Jesus fazem parte de um plano. O pequeno asno amarrado na entrada daquele povoado estava para tomar parte no cumprimento de uma profecia milenar acerca do Messias: “Exulta ó filha de Jerusalém. Vê! O teu rei virá a ti justo e Salvador, humilde, montado em um jumento, num jumentinho, filho de jumenta” (Zacarias 9.9).  Mas ele, burro que era, não sabia disso.  Os instrumentos de Jesus muitas vezes ignoram sua condição de escolhidos. Essa pode bem ser a sua situação agora. Você pode ser um “escolhido”, mas o que você vê são seus amigos sendo usados primeiro, os outros ‘jumentinhos’ trabalhando, produzindo, sendo úteis. Enquanto você permanece inexplicavelmente amarrado e inútil. Escondido em um povoado, um lugar qualquer esquecido no meio do nada. Como imaginar que alguém pudesse estar “de olho em você” há tanto tempo? Isso aconteceu comigo pessoal! 
Reis andam à cavalo, camelo, em belas carruagens ou até em elefantes. Os instrumentos de Jesus são desacreditados – um jumento não seria (em todo reino animal) o primeiro animal numa lista de montarias para pessoas importantes. Imagine o quadro 'O Grito do Ipiranga', com D.Pedro bradando a Independência montado num jumento. Ou o He-man andando de jerico ao invés de no Gato Guerreiro.
Pra encerrar essa pequena reflexão quero lembrar aqui o que comentei a pouco no Facebook, quando em uma noite dessas, eu lendo essa passagem na Bíblia me veio a seguinte indagação:
Muitas pessoas hoje em dia trocam o andar de Jumentinho e querem logo andar de CAVALO, mais aí aprendemos essa grande lição com Jesus. Nós vemos lá no livro de Apocalipse Capitulo 19 e Versículo 11 que Jesus virá em um CAVALO BRANCO, mais antes de andar no CAVALO BRANCO, andou de JUMENTINHO. 
Muita gente quer evitar o jumentinho porque seu lombo é áspero e desconfortável. Entretanto, o que essas pessoas não sabem é que o jumentinho é, na verdade, uma preparação para cavalgar majestoso no cavalo branco. Se não montarmos o jumentinho, não passaremos nem 5 minutos no cavalo.
Por fim, os instrumentos de Jesus compartilham da glória e da exaltação de Jesus – o jumentinho, a despeito de sua inércia inicial e de sua aparente insignificância, tornou-se um instrumento de revelação ao ser usado por Jesus. Um “jumento, filho de jumenta”. Esse é o título dado pelo profeta Zacarias, um título que mais parece um xingamento. Mas esse animal foi o que entrou em Jerusalém carregando o Messias, foi o jumento que andou sobre o tapete verde de folhas de palmeira que eram lançadas pela multidão que gritava “Hosana” ao Filho de Deus.
Esse padrão “jeguerê” (#ExisteIsso?...rs) de Jesus ainda é o utilizado por Ele na escolha de seus instrumentos: pessoas que talvez se sintam presas e inúteis, escondidas e aparentemente esquecidas. Porém, parte de um plano cósmico e ancestral. Selecionadas para ser instrumento da revelação do Cristo e que vão palmilhar os mesmos caminhos do Messias e vão tomar parte na Sua Glória Final.

"Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele." (I Coríntios 1.27-29)


Eita Deus TREMENDO!!!

















4 comentários:

  1. Do coração de Deus, para o coração dos sensíveis a voz dEle. É assim que vejo esse texto.
    Parabéns!

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  2. MENSAGEM ABENÇOADA. DESEJO COMPARTILHAR COM MEUS IRMÃOS NA CONGREGAÇÃO.

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  3. Maravilhosa tocou profundamente meu coração. Meu irmão obrigado. Deus continue te usando, pois tem um dom. Glória a Deus.

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